A conquista do mundo das ilusões (Maya) pela meditação, na visão do grande yogue Swami Sivananda
Onde está a
ilusão? Consigo ver? Como ela chega até mim? Ou sou eu que crio? O que faço com
ela? Perguntas respondidas diversas vezes nos mais de 200 livros escritos pelo
célebre yogue indiano Sri Swami Sivananda (1887-1953), como no
trecho abaixo, com respostas sobre como podemos finalmente nos libertar das
ilusões e do sofrimento (através da meditação). Não é uma explicação detalhada
ou extensa, mas cada frase tem grande concentração de definições e direção, como
por exemplo “são as ações da mente que são verdadeiramente denominadas Karmas“.
Assim, há outras frases que precisam de reflexão, e idealmente a leitura da
obra completa, embora seja difícil reproduzir textos e livros inteiros de
alguns autores aqui – para quem quiser, o texto completo que traz os trechos
abaixo está em (“Mind, Its Misteries and
Control“, The Divine Life Society Publication, 1998), em inglês.
Apenas um cuidado especial neste trecho com a expressão “a destruição
da mente“, pois alguém pode acabar tomando isso por alguma destruição
física, um auto-flagelo ou algo assim (já aconteceu isso num post que usava uma
expressão muito parecida). A destruição da mente nesse trecho segue o sentido
de uma expressão mais à frente neste mesmo texto: “o destronamento da mente“.
É praticamente o mesmo sentido do Bhavagad Gita, quando a mente senta para o
controle da charrete ser feito pela consciência. Se houver qualquer dúvida, a
coisa certa a se fazer é ler o livro completo.
Os trechos abaixo fazem parte dos capítulos “A Indispensabilidade da
Meditação para a Percepção Real de Deus” (Indispensability Of Meditation
For God-Realisation), “Condições para a Percepção Real de Si Mesmo”
(Conditions for Self-Realization) e “Como Destruir a Inveja” (How
To Destroy Jealousy), do compêndio “O Que é Meditação” (What is
Meditation), não disponível em português (a tradução abaixo foi feita por
este que escreve).
“Todas as coisas visíveis são Maya. Maya desaparece através da sabedoria
(Jnana), ou da meditação no Espírito (Atma). Deveríamos trabalhar para nos
livrarmos de Maya. Maya nos atinge através da mente. A destruição da mente
significa a aniquilação de Maya. A meditação profunda e repetida é a única
maneira de conquistar Maya. O Senhor Buda, o Raja Bhartrihari, Dattatreya
e o Akhow de Gujarat – todos conquistaram Maya e a mente somente pela
meditação profunda. Entre no silêncio. Medite. Medite. Solidão e intensa
meditação são dois requisitos importantes para a auto-realização.
(…) São as ações da mente que
são verdadeiramente denominadas Karmas. Assim que a pernambulação e distração
da mente se vai, você terá uma boa meditação. A verdadeira liberação resultado
no desentronamento da mente. Aqueles que libertaram a si mesmos das flutuações
de suas mentes ganham a posse do Nishtha supremo (meditação). A mente deveria
ser limpa de todas as suas impurezas, então ela se torna muito calma e todas as
ilusões que aparecem nos nascimentos e mortes são destruídas.
(…) Se você colocar um grande
espelho em frente a um cachorro e colocar um pedaço de pão na frente, o
cachorro começará a latir ao olhar seu reflexo no espelho. Ele imagina
tolamente que há um outro cachorro. Da mesma forma, o homem vê apenas seu
próprio reflexo, através da mente-espelho, em todas as pessoas, mas imagina
tolamente, como o cachorro, que são todos diferentes dele e luta contra o ódio
e a inveja”.
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