Na hidrosfera 97,5% da água se encontra nos mares e oceanos, portanto, a porcentagem de água doce é de apenas 2,5%. Considerando a porção planetária de água doce, apenas 0,3% corresponde aos rios e lagos, já que a maior parte está nas geleiras e nos reservatórios subterrâneos.
No Brasil o volume de água utilizada para produzir alimento, atender as indústrias e as necessidades domésticas equivale a cerca de 1,4 milhões de litros “per capita” ao ano e mais de 80% desse consumo anual é decorrente da atividade agropecuária.
O crescimento da população brasileira nos próximos 40 anos é estimado em 30% e o desafio para o futuro será conseguir aumentar a produção de alimentos sem aumentar desmatamento e sem promover gastos adicionais de água para o setor agropecuário, até porque, o desmatamento pode acarretar destruição de berçários de água, que, por sua vez, sustentam hidricamente a própria atividade agropecuária.
Por ser um grande celeiro de grãos, o centro-oeste não pode mais expandir desordenadamente sua fronteira agropecuária, pois o pouco do Cerrado que se encontra preservado e íntegro é detentor das nascentes de água que são imprescindíveis à produção de alimentos em seu solo e para garantir o aumento do volume das águas de muitos rios das principais bacias hidrográficas brasileiras. Caso as nascentes sejam preservadas juntamente com as matas de galerias, as condições para uma boa produtividade permanecerão. Caso contrário, perde-se a eco viabilidade, e com o tempo, a produtividade cairá inexoravelmente.
Estudos climatológicos atestam mudanças radicais no ciclo hidrológico planetário. Alguns rios – antes perenes – agora secam antes de atingir o mar. Desde 1985 o rio Amarelo, importante rio da civilização chinesa, está secando intermitentemente e o portentoso rio Nilo está minguando suas águas ao se aproximar do mar mediterrâneo.
Devido à progressiva degradação de biomas e ecossistemas, em decorrência de novas ocupações humanas desordenadas e sem planejamento, o conjunto de atividades antrópicas impacta sobre o meio ambiente alterando temperatura, comprometendo o abastecimento de águas subterrâneas no processo de percolação e alterando o ritmo evapotranspiração. Como consequência certas regiões passam a ter escassez de água, enquanto outras recebem carga excessiva.
Com a descoberta do maior aquífero do mundo – o “Alter do Chão”, inteiramente brasileiro e situado nos subterrâneos da Floresta Amazônica – o Brasil, que já era um País agraciado em água doce, passa a ser a nação com maior reserva de água potável do planeta, dentro de um cenário mundial que, através do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU de 2014 ( IPCC ),prevê uma redução significativa de recursos de água de superfície e subterrânea na maioria das regiões subtropicais da Terra.
Original em https://gaiaconsciente.wordpress.com/2014/04/18/agua-um-bem-metaindividual-de-valor-inigualavel/
Original em https://gaiaconsciente.wordpress.com/2014/04/18/agua-um-bem-metaindividual-de-valor-inigualavel/