sábado, 2 de novembro de 2013

Maioria da população do planeta terá problemas com a água - Por José Eduardo Mendonça/Planeta Sustentável


A maioria das 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta em 2040 viverá com uma intensa pressão sobre os recursos hídricos nas próximas duas gerações, pelos efeitos da mudança do clima, poluição e uso excessivo. Este foi o alerta feito na sexta-feira passada por 500 cientistas.


Os sistemas hídricos da Terra chegariam em breve a um ponto que poderia “provocar uma mudança irreversível com consequências catastróficas,” afirmaram eles, que pedem aos governos políticas de conservação do recurso vital. Segundo os especialistas, é um erro enxergar a água doce como um recurso incessantemente renovável porque, em muitos casos, as pessoas estão bombeando-a do subsolo a uma taxa que não permitirá sua restauração em muitas décadas.

A maioria da população, cerca de 4.5 bilhões globalmente, vive no momento a 50 quilômetros de um recurso hídrico “prejudicado”- que está secando, ou se encontra poluído. Se esta tendência continuar, outros milhões verão a água escassear ou se tornar tão suja que não possa apoiar a vida.


As ameaças são inúmeras. A mudança do clima provavelmente causará um aumento na frequência e severidade de enchentes, secas, ondas de calor e tempestades. Os dejetos de fertilizantes agrícolas contendo nitrogênio já criaram mais de 200 “zonas mortas” em mares e perto da foz de rios, onde peixes não conseguem mais sobreviver. A tecnologia barata de bombear água do subsolo e de rios, e as poucas restrições a seu uso, levaram a uma super-utilização de recursos escassos pela irrigação ou a indústria, com grande parte dela desperdiçada por más práticas. E uma população crescente aumentou a demanda além da capacidade da oferta.


“Não há um cidadão do mundo que possa ser complacente com isso,” disse Janos Bogardy, diretor do Instituto de Ambiente e Segurança Humana da Universidade da ONU.

Os cientistas, que se reuniram em Bonn na semana passada para uma conferência de quatro dias, pediram a políticos que incluam novos objetivos de conservação da água nas metas de desenvolvimento sustentável que serão introduzidas quando as atuais expirarem em 2015.


Falta de água potável mata uma criança a cada 15 segundos
Por Débora Spitzcovsky  


A cada um minuto, quatro crianças morrem no mundo por conta de doenças relacionadas à falta de água potável e saneamento básico. O dado, chocante, é da quarta edição do Relatório sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (WWDR4), produzido a cada três anos por 28 organismos das Nações Unidas que formam a ONU-Água. 


As crianças são as maiores vítimas, mas o problema afeta pessoas de todas as idades. Por ano, 3,5 milhões de cidadãos morrem por conta do problema, que, segundo o documento, poderia ser solucionado ou, ao menos, minimizado, se houvesse maior atenção do governo à questão.

O relatório aponta que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas, se o poder público investisse mais em acesso à água e saneamento para a população. Um dos exemplos mais expressivos é o das doenças diarreicas – como cólera, shiguelose, amebíase e infecções por salmonela –, que matam 1,5 milhão de pessoas, anualmente, mas poderiam ser praticamente eliminadas, se houve maior esforço dos governos.

No Brasil, 88% das mortes por diarreia são por falta de saneamento básico, de acordo com estudo do Instituto Trata Brasil. Como no restante do mundo, as crianças são as mais afetadas pelo problema: 53% das internações por doenças diarreicas no Brasil são de menores de cinco anos que não têm acesso a saneamento básico de qualidade.  

O problema custa R$ 140 milhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS) do país. Levantamento feito por especialistas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) apontou que cada R$ 1 investido pelos governos em saneamento básico economizaria R$ 4 em custos no sistema de saúde, além, claro, de poupar muitas vidas.

Foto: UN Photo/Eskinder Debebe 

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-agua/

Um comentário:

  1. E por aqui o povo lava as ruas em frente de casa com água tratada, sem jamais imaginar o que estão fazendo. Se tem poeira, eles molham para apagá-la; se tem lama, eles lavam para a rua ficar limpa. E eu já fui derrotada, não abro mais a boca, porque ninguém quer ouvir a verdade; é mais fácil morrer na ignorância...

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