Nos cinco livros que li da Lama Alexandra David-Neel, a única mulher
ocidental a se tornar Lama no Tibete, antes da invasão chinesa de 1948,
ela narra as dificuldades de acesso a informações sobre os
procedimentos, cerimônias, iniciações e treinamentos especiais dos
monges budistas das mais diferentes linhagens. Essa dificuldade não se
prendia unicamente ao fato dela ser mulher e francesa.
Era o cuidado que os monges tinham em não divulgar as coisas relativas
ao sagrado a pessoas despreparadas, ignorantes, desconhecidas e
possivelmente cheias de outras intenções, como aconteceu com a
civilização egípcia, com Atlanta, os Maias e os Incas. Várias vezes ela
foi colocada à prova sobre suas verdadeiras intenções em perguntar para
aprender as práticas milenares passadas de mão em mão, de mestre para
aluno, desde o começo dos tempos.
Estamos falando aqui de uma mulher que andou pelos quatro cantos do
Tibete, que é um país localizado no topo do Himalaia, as montanhas mais
altas, difíceis e perigosas do mundo, onde não havia estradas e o
inverno é, ainda hoje, um dos mais rigorosos do planeta. Tudo era feito a
pé com a ajuda de cavalos e dedicados monges.
Alexandra narra uma técnica energética aprendida para suportar o frio,
semelhante ao Reiki, vindo da mesma origem e repassado sempre pela
iniciação presencial, pelo toque do mestre no campo áureo do aluno. São
várias as técnicas energéticas vindas da mesma origem mas são poucas as
que chegaram intactas ao Ocidente.
Quando o mestre toca o aluno com a intenção de iniciá-lo, abre
imediatamente a conexão que ele recebeu do mestre anterior e assim
sucessivamente até o começo dos tempos. Um mestre despreparado,
desatencioso e negligente pode fazer todo o ritual da iniciação e não
passar os códigos sagrados ao aluno. É como colocar a senha e acessar um
site inteiro. Sem o ritual da iniciação é como acessar um site e não
ter a senha para acessar as páginas exclusivas para assinantes.
Assim era nas artes marciais e em todas as técnicas de cura que
sobreviveram ao tempo, e algumas delas estão em prática no Ocidente. Os
samurais japoneses também praticavam essa técnica entre as muitas outras
ainda hoje cultivadas no Japão nos rituais de lutas "sumo", onde o
lutador faz uso do sagrado para fechar as feridas, desinflamar e
desinchar musculatura. O mestre Mikao Usui vem de um longa linhagem de
samurais e por isso poude se preparar para receber a iluminação e
canalizar o Reiki.
No Brasil de hoje, não só as artes marciais perderam o contato com o
sagrado mas muitas academias sequer sabem fazer outra coisa a não ser
ensinar alunos a brigar. O comércio tomou conta e a violência urbana
ganhou adeptos treinados para agredir e até matar. A milenar arte do
Reiki, vinda do Japão, de uma linhagem de samurais e militares leais ao
Imperador, é objeto do mal-uso e da ignorância mesclada com o interesse
financeiro descontrolado e sem a noção do sagrado caminho da
prosperidade.
Cada vez mais aparece os vendedores de diplomas e certificados de Reiki
na internet, em jornais e até em revistas especializadas e as pessoas
não se tocam que estão vilipendiando, manipulando, falsificando o ensino
do sagrado com falsas afirmações, na ilusão de que o universo não está
atento a cada milésimo de segundo de suas ações e reações. Alguns
sindicatos e associações, sem esse conhecimento, filiam e credenciam
"mestres" que jamais tiveram os fios do seu corpo magnético alterado com
iniciações.
O universo só lê cada linha escrita por nós mesmos nesta vida. Com
todos os meios de comunicações disponíveis, não há como você alegar que
não sabe o que está fazendo com as coisas sagradas. Apesar de não
concordar com o conteúdo filosófico do Papa Bento, respeito muito a sua
linhagem e louvo a coragem de lembrar aos traficantes que eles terão de
"prestar contas a Deus". Não se pode confundir Reiki com magia, mesmo
porque são esferas diferentes de energia.
A magia pode ser transmitida à distância e os "magos negros" transmitem
seus poderes à distância para aqueles que se colocam receptíveis a isso
porque não há escrúpulo algum em se fazer isso e nem há compromisso com
os desígnios do universo ao Sol Central. Já as iniciações e os símbolos
sagrados só funcionam quando há o toque físico do mestre nos fios que
compõem o corpo espiritual do aluno. Se você aceitou comprar
certificados com o nome Reiki escritos neles, e alguém assinando como
"mestre", pode estar certo de que comprou gato por lebre e ainda está
contribuindo com aqueles que querem quebrar os códigos sagrados e suas
práticas de cura -fique certo de isso eles nunca conseguirão!
Tratamentos com Reiki podem ser feitos à distância porque não implicam
na alteração da disposição dos fios energéticos que compõem o corpo
espiritual da pessoa que recebe. Esses tratamentos fortalecem a camada
de fios e reforça a memória celular no compromisso com a saúde e a
prosperidade física, mental, emocional e espiritual. São um chamado à
origem.
Já a magia negra funciona à distância porque ataca os fios fragilizados
dos corpos energéticos, blindando-os com a força do outro lado da luz,
resultando na doença e na queda da balança da prosperidade. Não há
iniciações à distância, há aprisionamentos e a pessoa que recebeu a
carga, pensando estar iniciada, passa a ser uma marionete no campo de
força de quem enviou, isto é, uma conexão aberta a toda a egrégora
daquele ou daquela que tenta violar o sagrado em nome de iniciações à
distância. Isso chama-se, também, compra de carma negativo.
Muitos mestres norte-americanos, que iniciaram pessoas no Brasil,
cometeram o engano de dizer que existe iniciação à distância e isso fica
por conta do pouco conhecimento das práticas orientais ou do
conhecimento apenas literário sem jamais ter pisado em solo asiático nem
passado por treinamentos sérios de linhagens orientais. Foram muitos os
enganos, ao ponto de incluírem na biografia do mestre Mikao Usui o
título de padre católico sem que haja a possibilidade de isso ter
acontecido no tempo e no lugar onde trabalhou e viveu o canalizador do
sitema Reiki de energização, como afirmam os pesquisadores Walter
Lubeck, Frank Arjana Petter e William Lee Rand no livro "O Espírito do
Reiki", e a Lama Alexandra David-Neel no livro "Iniciações e Iniciados
no Tibete".
Há que se ter cuidado com os aproveitadores que se dizem "mestres" da
mesma forma de que devemos ter dos falsos jornalistas, falsos médicos,
falsos bilhetes de loteria, falsos documentos de identidade, etc. É
muito oportuno que você veja o filme "Apocalypto", de Mel Gibson, para
ver o que aconteceu com a civilização Inca/Maia/Asteca e seus excessos,
mal-uso e equívocos dos seus sacerdotes ao manipular o sagrado.
Por José Joacir dos Santos - mestre Reiki, Xamã Oriental
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