terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Tempestades, Enchentes, Secas e Tempestades de Novo - nossa triste rotina!



Nem mesmo todo o desenvolvimento moderno evita que as cidades sofram com os impactos dos desastres naturais, em especial, os causados pelos eventos extremos do clima.

Esses eventos estão se tornando comuns e o tema “Mudanças Climáticas” começa a ser inserido no cotidiano da população e na agenda dos formuladores de políticas públicas. Atualmente, à atenção dos especialistas está centrada em minimizar os impactos causados pelos eventos extremos, em especial nos centros urbanos.

Há poucas semanas o tufão Haiyan devastou as Filipinas, deixando milhares de mortos e alguns milhões de desabrigados. Até o momento, muitas localidades estão sob regime de corte marcial, para se evitar os saques e roubos.

O relatório apresentado pela Internal Displacement Monitoring Centre – IDMC (Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos), entidade vinculada ao Conselho de Refugiados da Noruega, informa que durante o ano de 2012, aproximadamente 32,4 milhões de pessoas, em todo o mundo, foram forçadas a deixar suas casas e cidades devido aos desastres naturais como enchentes, ondas de calor, nevascas, tempestades e terremotos (98% relacionados ao clima).

O Brasil deve ter contribuído, significativamente, para que se chegasse a este número de refugiados do clima. Afinal, ano após ano, crescem os casos de secas, enchentes, deslizamentos de morros e encostas, em todos os Estados da Federação.

Quando voltamos nossos olhos para o Espírito Santo, percebemos que nossa realidade pouco difere da brasileira. Para exemplificar, lembramo-nos das enchentes e deslizamentos que ocorreram em Vitória e Vila Velha, neste ano de 2013. Ainda, em maio, um vendaval lembrou as tempestades de areia que acontecem nos desertos.

E agora, nós capixabas estamos vivendo a maior provação dos últimos tempos – enchentes, deslizamentos, rompimentos de barragens, cidades sitiadas, pessoas mortas e milhares de desabrigados.


A boa vontade e a garra do povo capixaba estão a prova. Em poucos dias toneladas de doações de mantimentos, roupas e colchões foram entregues na Praça do Papa, em Vitória, para serem entregues aos desabrigados.


Centenas de bombeiros, de profissionais da Defesa Civil e até o exercito estão espalhados por todo o Estado, para minimizar o sofrimento das vítimas. Este é só o início do monumental esforço de reconstrução de nosso Espírito Santo.


Este 2014 começa com muita luta e agora, mais do que nunca, os dizeres de nossa bandeira será o nosso norte maior:

Trabalhar e Confia – entremeado com um tanto de orações por nossos amigos e conterrâneos.

Walter Batista Júnior
Eng. Agrônomo

3 comentários:

  1. Walter, acompanho você há pelo menos dois anos ou mais. Nem sei como entrei na lista de seus contatos, mas como nada no mundo é por acaso, hj quando me deparei com esta postagem, tinha acabado de escrever meu texto para o jornal da região onde moro, ele ele ficou assim:
    TRAGÉDIA ANUNCIADA
    A história se repete: primeiro como tragédia, depois como farsa. Esta frase foi dita por Karl Marx, e garanto que há muita verdade nisso, principalmente no eterno problema brasileiro no período das chuvas. É sempre o mesmo espetáculo que a mídia faz questão de explorar, que os políticos usam como plataforma política e que o povo nunca usa como lição.
    As enchentes não são exclusividade de cidades grandes e cheias de asfalto que as impermeabilizam, como é o caso da maior cidade brasileira, São Paulo. Algumas delas também não são só o resultado das imensas chuvas que torrencialmente castigam certas regiões nesta época.
    O Brasil tem certas regiões ricas em riachos e rios e na sua geografia exuberante apresenta morros e montanhas que se urbanizam de modo descontrolado, comprimindo a natureza no entorno. Aí então, nos períodos de grandes chuvas surgem as enchentes, mesmo quando elas não são fenômenos avassaladores, elas causam desgraças.
    O processo de urbanização, a construção de ruas, avenidas e praças não respeitam a natureza das águas, não prevêem a possibilidade das cheias. Este processo, quando é pensado, é feito apenas em condições normais. Não se prevê a inconstância da natureza.
    Assim também ocorre com as cidades que crescem pelas encostas dos morros, sem a mínima previsão de que quando a chuva cai, ela precisa de dutos para escorrer morro abaixo com segurança. Antes de se construir em morros e montanhas é preciso criar-se uma estrutura de galerias de águas pluviais, pensando-se no pior.
    Falta visão de futuro. O imediatismo, a falta de planejamento, a imprudência que assola a gestão pública, não planeja com os olhos voltados para o futuro e aí então a tragédia se repete a cada 365 dias e custa caro, muito caro.
    Perdem-se vidas humanas, destrói-se patrimônio privado e público. Corre-se o risco de morrer por doenças infecto contagiosas como a leptospirose, por exemplo.
    A burocracia para alocar-se dinheiro público para municípios e regiões afetadas é incomensurável e promove a corrupção, veja-se o caso do desastre na região serrana do Rio em 2011 e o desvio de verbas federais que levaram à cassação de prefeitos.
    Seria bom desejar Feliz 2014 com soluções mais duradouras para problemas freqüentes. Vamos exigir mais infraestrutura urbana, meio ambiente em equilíbrio e um organismo federal que tenha recursos próprios para auxílio imediato da população para os casos de megadesastres naturais.
    Vamos pensar no nosso futuro.
    um grande abraço, feliz 2014

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  2. Lúcia, um iluminado final de ano para todos os seres
    Estamos passando pelo maior periodo de chuvas do Espírito Santo - desde que se iniciaram os registros meterológicos...
    Mas, mesmo que o atual governador tenha investido muito em capital humano e máquinas, nao conseguiriamos passar ilesos a esta situação. Faltanos cultura para conviver com os desastres naturais ou tecnológicos.
    Agora vou atuar junto a defesa civil municipal para tentar enviar o mais rápido possível os donativos, para os desabrigados no ES.
    Gratidão por sua atenção,
    Wartin

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  3. Walter, boa tarde e peço perdão por ter demorado tanto a ler essa matéria, já que eu sempre leio no mesmo dia em que recebo, envio por e-mail para os amigos e publico nas redes sociais, que é para tentar conscientizar o máximo de pessoas possível. Moro em São Roque do Canaã, uma cidade pequena situada na parte baixa do Vale do Canaã, e passamos, acredito, pelo pior dia de Natal de nossas vidas; toda a cidade foi devastada pela força da correnteza do nosso querido Rio Santa Maria do Rio Doce, que, descendo o Vale e ajuntando toda a água das chuvas que foi encontrando pelo caminho, chegou aqui muito acima do normal. Bem, normal para os dias atuais, porque quando eu era criança, lembro perfeitamente da profundidade e da largura do rio, e de como era muito raro acontecer uma enchente de grandes proporções, e menos ainda de causar tanto estrago. Apenas em 1979 aconteceu uma enchente proporcional a essa, e ainda assim a destruição não chegou nem perto. Porque? Há 34 anos o rio ainda tinha um leito por onde correr e ainda existiam áreas de várzeas para suas águas se espraiarem; hoje nada disso existe mais - não existe vegetação para conter as águas das chuvas; essas levam para o rio toda a terra dos morros que tenha força para carregar, e as várzeas foram todas aterradas para construções diversas, inclusive moradias. Eu entendo que a falta de educação e cultura e a pobreza são responsáveis por isso, e exatamente por isso é que a solução só acontecerá a longuíssimo prazo... ou nunca. Mas a gente sempre tem esperança em dias melhores, então, que venha 2014, e que possamos aprender com as nossas tragédias.
    Um feliz 2014 para você, e que tenha muitos motivos para sorrir e ser feliz.

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