DEFININDO A AURICULOTERAPIA
O pavilhão auricular é um microssistema onde está projetado o corpo humano. É um receptor de sinais específicos vindos do corpo.
A auriculoterapia é uma terapia milenar e uma arte de equilibrar o organismo através do pavilhão auricular.
É uma terapia, pois há todo um instrumental teórico e técnico que fundamentam esta prática terapêutica.
É uma arte, onde unem-se filosofia e terapia: prática que questiona a teoria e a teoria que questiona a prática. A arte está em absorver e realmente ver o ser humano que está a nossa frente representada na orelha. Poder ver uma totalidade a partir de um micro sistema. Como dizia o poeta: “a beleza está nos olhos de quem ve”.
A auriculoterapia é uma reflexologia. Sobre a orelha está projetado o corpo humano e todos os seus órgãos e membros. Cada região corresponde a um ponto específico. Quando o órgão ou membro estiver desequilibrado a região correspondente na orelha manifesta sinais de que o órgão precisa de cuidados e atenção.
FUNDAMENTO PRIMORDIAL:
A orelha é um receptor de sinais bem específico. A Aurícula reflete sobre seu corpo todas as mudanças fisiológicas tanto dos órgãos e bem como das vísceras, dos membros, do tronco e a coluna, dos tecidos, até dos órgãos e dos sentidos e, de todo o organismo.
COMENTÁRIO: A aurículoterapia deve investir nos pontos refletidos no pavilhão auricular, pois são alterações que justificam e necessitam de um estímulo terapêutico específico para o órgão ou estrutura correspondente para se harmonizar.
DEFINIÇÃO DE PONTO AURICULAR:
É um órgão específico ou estrutura refletida sobre aquela área. É um receptor de sinais de alta especificidade.
A AURICULO E ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
A auriculoterapia cada vez mais se difunde e o reconhecimento do público é grande e em expansão constante. O reconhecimento oficial também merece destaque. Veja, por exemplo, uma afirmação sobre a auriculoterapia feita pelo Diretor Geral da Organização Mundial de Saúde, em 1990:
“Incluam a auriculoterapia e a acupuntura na sua prática. Esta é uma recomendação da organização (OMS)! ... não tenham medo! Aplicando-a só terão a beneficiar seus enfermos!”
UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
Deixamos claro que a auriculoerapia não tem por objetivo substituir cuidados médicos. Busca-se a junção de práticas diferenciadas para o bem estar da pessoa cuidada. Além do mais, a auriculoterapia faz parte de uma prática complementar. Não devemos tê-la como uma panacéia.
RELAÇÃO DA ORELHA COM OS RINS
A orelha possui uma relação direta com os rins tanto na visão oriental c na ocidental. Na visão oriental esta relação é milenar e na ocidental é bem recente. Contudo, é uma visão científica que vem confirmar o que se observava antigamente. Vejamos os antigos textos orientais:
“o ouvido é a abertura principal do rim e por sua vez a abertura secundária do coração... a orelha relaciona-se com o canal shao yin do pé (meridiano dos rins), pelo que constitui a abertura do rim; o ouvido se forma com a essência do rim.”
Vemos que na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) há uma relação direta dos rins com a orelha.
Além disto, veja a afirmação de Ernesto Garcia: “Os médicos patologistas e pediatras encontraram uma estreita relação entre o desenvolvimento do rim da criança e a forma da cartilagem auricular.”
Lembre-se de que a orelha se forma com a essência dos rins, como diz nos textos antigos orientais. Continuando a citação acima....
“assim também, nas afecções congênitas do metabolismo dos polissacarídeos, se produzem problemas de caráter ósseo (mucopolissacarídeo de grau 1), inclusive aparecem retardo mental, malformações esqueléticas, transtornos a audição, transtornos ao nível da visão e mudanças na forma do pavilhão auricular, entre outras características.”
Na auriculoterapia, para fundamentar a prática, pode-se partir dos textos antigos e buscar fundamentação e confirmações da ciência. Há uma aplicação da MTC ao longo dos tempos que confirma e fundamenta esta terapia, pelos resutados eficazes na prática. Contudo, nossas mentes críticas questionam e buscam uma confirmação teórica e científica. Pouco se sabe cientificamente.
SINAIS EXTERNOS QUE REFLETEM O INTERNO
Os orientais com sua medicina apoiada no empirismo, ou seja, na observação prática, relacionaram as partes do corpo com o todo, viram as manifestações externas como sinais do interior do corpo, de seus órgãos e estruturas. Veja a expressão antiga que diz: “o interno se reflete através da forma externa”.
O ASPECTO DA ORELHA FALA DOS RINS
Os aspectos do pavilhão auricular são manifestações dos rins, isto é uma afirmação baseada nos antigos textos orientais. Veja:
“Quando a orelha tem uma cor enegrecida e é de tamanho pequeno, manifesta que se possui um rim pequeno; se a orelha é espessa, então, o rim se grande; se a orelha tem uma grande depressão posterior, então, o rim se encontra baixo; se a orelha é forte, o rim também o será; se a orelha é fina e débil, então, o rim é débil.”
Os orientais estabeleceram uma relação entre a estrutura auricular com os rins. A orelha serviu de base para observação dos rins. É um sinal externo falando do interno. “a orelha é o palácio do rim”, afirmavam.
A ORELHA E O CORPO
Na orelha não há só a projeção dos rins, mas de todo o corpo. “Em direção ao sul (lembrar que a direção sul referida aqui é da China no hemisfério norte, ao falar do Brasil a direção que apresenta calor e a cor vermelha e associada ao coração é o norte), está a cor vermelha que penetra no coração, o coração encontra na orelha sua abertura e armazena aí sua essência... se o fígado adoece e há vazio, então o ouvido perde sensibilidade, se o Qi se inverte, a cabeça dói e há surdez... se o baço está deficiente, então, os nove orifícios do homem não se comunicam.... o pulmão emite a voz e o ouvido recepciona a voz.”
Não só os órgãos e meridianos se relacionam com o ouvido, mas bem como, os sentidos. A orelha é o espelho do corpo físico e energético do homem.
A ORELHA E A SAÚDE
A experiência observadora dos terapeutas orientais, em relação ao seu trabalho diário e das pessoas que se cuidavam, fundamentou toda sua prática e desenvolveram uma teoria que sustenta a prática até hoje. Além de sua prática e teoria, criaram uma filosofia que fundamenta a própria prática terapêutica.
A orelha é uma das expressões do corpo, para dizer, se está saudável e equilibrado ou se há a necessidade de cuidados das fragilidades ou, se há necessidade de intervenções terapêuticas. Veja o que dizem os textos:
“Quando a textura da orelha é sólida e forte, então, o rim também o será, (o indivíduo) não se enfermará facilmente e os quatro membros sofrerão pouco de dores.... Quando a orelha é fina, então, o rim será débil, o calor atacará sua debilidade e por causa disto se produzirão acúfenos (acúfenos: são todas as sensações auditivas que não resultam de estímulos externos ao organismo) ....se a orelha é grande ou pequena, está alta ou baixa, é espessa ou fina, alargada ou mais redonda, tudo isto manifesta o estado do rim. Se a orelha é pequena e de cor escura, pode-se instalar um difícil padecimento do rim; se a orelha é espessa o rim será grande, por ser grande provoca vazio e por ser vazio o frio o invadirá produzindo tinidos, hipoacusia (é a diminuição do sentido da audição), dor lombar e sudorese; se a orelha está inclinada para frente, o rim estará alto e portanto, cheio, o que fará que o rim se aqueça; se a parte posterior da orelha apresenta uma depressão, o rim estará, então, baixo e por estar baixo, se padecerá de lombalgia, prolapso e hérnias; a boa orelha é a que se inclina para frente e está na linha com ya che, desta maneira a ponta do rim está direita e será difícil adoecer.”
Há toda uma fundamentação da terapia auricular. A orelha é a manifestação e a exteriorização do corpo e da saúde ou ao contrário, das fragilidades e das tendências energéticas.
A ORELHA E OS MERIDIANOS
Os meridianos se comunicam na orelha. No corpo os meridianos se distribuem e ao mesmo tempo se separam, mas na orelha se juntam novamente. Veja o texto:
“Na orelha os doze canais se reúnem, o yin e o yang se interrelacionam, a essência e a energia se regulam e harmonizam, o sangue e a energia se fazem suficientes e então há boa capacidade auditiva.”
Além dos meridianos, yin e yang, a essência e a energia, ou melhor, o CHI e outras estruturas energéticas acabam se harmonizando na orelha. A harmonização é automática ou terapêutica?
Como diz Ernesto Garcia: na orelha os meridianos a atravessam, se reúnem, se agrupam e terminam seus trajetos. Esta é a base teórica para o desenvolvimento da auriculoterapia. A harmonização é terapêutica.
A ORELHA E A TERAPIA
Ernesto Garcia compilou os textos da MTC e afirma: “na antiguidade os métodos de estímulo do pavilhão auricular, só estavam dirigidos a tratar diretamente as afecções da audição tais como o tinido, hipoacusia e surdez, como também, a orelha era usada como base para o tratamento das afecções do resto do corpo, tais como: cefaléia, enfermidades visuais, odontalgias, epistaxes, icterícia, etc., aplicando-se diferentes métodos de tratamento como: punção com agulhas, sangria, moxabustão, massagem, tamponamento com medicamentos, raspagem com bambu, etc.
Assim, como estes, outros métodos também populares, foram transmitindo-se de geração em geração, entre eles: pontuar a hélix da orelha para tratar a parotidite, beliscar o lóbulo da orelha para tratar o resfriado, puntuar a boca do conduto auditivo até sangrá-la, para tratar a dor de estômago, sangrar as veias do dorso da orelha para tratar os eczemas.”
Portanto, a prática terapêutica é uma contribuição ao organismo e a energia, para que volte a normalidade funcional e ao equilíbrio energético. Toda ação terá como resposta uma reação. A terapia funciona como um estímulo ao organismo e este reage e a reação o faz encontrar o equilíbrio.
Fonte: www.fisioweb.com.br
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