terça-feira, 27 de março de 2012

A EVOLUÇÃO DO ESTUDO DA LUZ E COR NA TERAPÊUTICA - Parte 2


                                                      Terapia com luz, cor e som / Carlos Cerqueira/Wartin

Talvez tenha sido o indiano P. Ghandiali quem mais conseguiu difundir a cromoterapia no séc. XX, com explicações sobre o uso de lâmpadas coloridas, publicando suas conclusões em 1933, entre elas, a questão da preferência de uma pessoa por uma determinada cor que estaria associada a ausência do elemento químico emissor de tal cor.
 
Em 1939, o russo Semyon Davidovich Kirlian, depois de acometido por uma forte descarga elétrica foi revelar filmes virgens e para sua surpresa percebeu a imagem de um brilho multicor ao redor da marca onde seus dedos haviam tocado os filmes. Concluiu então, que a forte descarga havia provocado alterações em seu organismo, a ponto de expor os filmes virgens com o simples contato de seus dedos. Surgia aí a semente das fotos Kirlian, as quais são tiradas com uma máquina que cria um campo magnético revelando uma luminosidade particular ao redor do objeto fotografado.



Em física, esse fenômeno é chamado “efeito corona”, sendo definido como uma absorção por parte do campo magnético das partículas atômicas de superfície (fótons e elétrons).

Posteriormente, Peter Mendel, criaria, em 1973, um trabalho de interpretação a partir dessas fotografias tiradas, das pontas dos dedos das mãos e dos pés e a relação das mesmas com a saúde do indivíduo fotografado. Seria uma das ferramentas para ele criar a cromopuntura, um método de aplicação de luz nos pontos da acupuntura.

Ainda na década de 70, Robert Gerard apresenta sua defesa de tese de mestrado demonstrando como os sentimentos e emoções são influenciados pela visão de certas cores e a relação com o sistema nervoso autônomo. Um estudo semelhante feito por Harry Wohlfarth, demonstrou a influência na pressão arterial, freqüência respiratória e cardíaca.

Em 1985, John Ott demonstra observações microscópicas dos efeitos da luz sobre padrões de movimento de cloroplastos, organelas dos vegetais que contém a clorofila, percebendo que algumas cores estimulavam os cloroplastos de determinadas plantas a realizarem mais fotossíntese, enquanto outras inibiam, verificou depois que também influenciava células animais.

Influenciado pelo trabalho do dr. Ott, Jacob Libermann, doutor em optometria na University of Geórgia, defendeu a necessidade dos raios ultra-violetas para saúde, desde que em partes do corpo e faixas de ondas específicas. Sendo útil na geração de vitamina D, redução da pressão sanguínea, como tônico cardíaco, na redução do colesterol, etc. Kira Samoilova, na Conferência LIGHT’ 98 também apresentou um trabalho com luz ultravioleta na purificação do sangue contra vírus e bactérias.

Liberman, afirmou em sua obra "Luz, a medicina do futuro": Talvez seja a hora de compreendermos que nosso conhecer intuitivo antecedeu nossas descobertas científicas. Será que não estamos, na verdade, utilizando o método científico para comprovar o que já sabemos?" O próprio Albert Einstein disse algo semelhante: “a Mente Intuitiva é um presente sagrado e a Mente Racional é um fiel servente. Temos criado uma sociedade que rende honras ao servente e esqueceu-se do presente.”

Já na década de 90, o doutor em física, Fritz-Albert Popp inventa um aparelho capaz de registrar os biofótons descobertos por Gurwitsch, demonstrando cientificamente que os organismos biológicos se comunicariam através da emissão inteligente de fótons, e através destes as informações biológicas seriam transmitidas entre as células vivas. Definiu os biofótons como sendo luzes de tensão ultra fraca emitidas pelas células do corpo, relatando sobre a estrutura energética que envolve e direciona o funcionamento dos organismos. Numa publicação da Scientific and Medical Network, ele declarava que as células vivas normais emitem uma corrente regular de fótons e que o funcionamento de todo o nosso organismo depende da luz.

Concluiu que a evolução, antes de ser o resultado do mais forte sobrepujando o mais fraco, e sim na capacidade de comunicação, a qual não é tanto um produto do desenvolvimento de indivíduos, mas de sistemas vivos interligados em um todo coerente.

Popp e colaboradores verificaram que tomates cultivados organicamente apresentaram cinco vezes a emissão de biofótons do que tomates cultivados convencionalmente usando fertilizantes. Ovos de galinhas caipira apresentram duas vezes mais a quantidade de biofótons do que os de granja.

Posteriormente, também nos anos 90, Norman Rosenthal veio reforçar as experiências de Max Lüscher (o qual verificou em coelhos, que luzes de diferentes cores incididas ao olho, estimulavam ou inibiam a função endócrina), com a descoberta da causa do Distúrbio Emocional Sazonal (SAD), termo criado pelo consultor da NASA, George Brainard, ao observar que muitas pessoas ficavam deprimidas no inverno perdendo significativamente o desempenho nas suas atividades diárias, devido ao aumento da produção, pela glândula pineal, do hormônio que induz ao sono, chamado melatonina. Os testes concluíram que a luz do dia, a qual chega à glândula pineal pelos olhos, inibe a produção deste hormônio, mas por ficar reduzida nessa época, isso deixaria de ocorrer. Numa tentativa de solucionar o problema fizeram uma “caixa luminosa”, a qual reproduzia a função de suprimir a melatonina, atualmente, já existe até um despertador que vai clareando aos poucos, antes de tocar o alarme.
Atualmente, nossa medicina, apesar de ter dado prioridade ao tratamento com drogas sintéticas, ainda continua usando a cromoterapia, muitas vezes sem se dar conta disso, como no caso da preferência por cores mais “vivas” nos quartos de hospitais para levantar a auto-estima dos pacientes, o banho de luz amarela em bebês prematuros com icterícia, o banho de sol (nos horários não prejudiciais) para produção de vitamina D, nos casos de raquitismo e osteoporose, entre outras recomendações.

Fonte: Material de aula do curso de Terapias Naturais Integrativas. Módulo Terapia com luz, cor e som. Instrutor Carlos Cerqueira Magalhães (Mestre em Ciências Farmacêuticas)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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